Amamos esses artigos que contam tudo sobre as histórias das marcas mais renomadas do mundo da moda, nos ensinam tanto! Sempre há tantas surpresas por trás do percorrer de cada grife… Hoje vamos falar sobre a Moschino, a marca sinônimo de excentricidade e irreverência, alguns dizem até ser sinônimo de deboche, características que fazem parte do DNA da marca. Se você é uma mulher de personalidade que também gosta desse estilo “underground sofisticado”, mergulhe fundo nesse artigo.
No verão de 1971, Franco Moschino, um italiano de 21 anos, recém-formado na Accademia delle Belle Arti em Milão, trabalhou como ilustrador para um jovem ascendente Gianni Versace. Moschino, incentivado por Gianni, criou o selo Moschino alguns anos depois ( em 1983 ) e estreou sua linha naquele mesmo ano para o frenesi do mundo da moda, que teve que engolir seu humor e sua sagacidade.
A imprensa proclamou Franco Moschino como o “enfant terrible” da moda italiana, muitas vezes comparando-o a nomes como Jean Paul Gaultier, chegou a chamá-lo de bobo da corte oficial da moda, um título que ele mais tarde odiaria (natural né?).
Nos poucos anos da Moschino sob gestão do próprio Franco, a marca se caracterizou, desde a primeira coleção feminina lançada em 1984, pela ousadia, através do farto uso de cores, do design inusitado e da excentricidade das criações, totalmente na contramão do padrão do mundo da moda, mas que por isso mesmo, acabou se tornando um ícone da moda, irreverente, é claro.
Em 1991, Moschino lançou seu primeiro perfume nos Estados Unidos. E em 1993 comemorou os dez anos da marca com um grande desfile. Infelizmente no ano seguinte, Franco Moschino faleceu de AIDS.
Franco ridicularizou as hierarquias da indústria parodiando emblemas da alta cultura, como o traje de jantar Chanel, e elaborando-os com materiais mais baratos como o jeans, ou adornando-os com talheres de verdade.
“As roupas engraçadas têm que ser extremamente bem feitas porque é aí que você encontra o chique. É fácil ser engraçado com uma camiseta, mas é mais inteligente com um casaco de vison. Afinal, se o caviar fosse mais barato, teria um sabor muito menos interessante ”, disse ele em uma entrevista de 1994 à British GQ.
O brilho de Moschino, está no pós-moderno e no surreal. Ele empregou ironia, paródia bem trabalhada e humor sincero em todos os seus projetos. As palavras “Isto é um anúncio!” estiveram na frente e no centro das campanhas visuais.
Nos anos seguintes, as campanhas e instalações de Franco Moschino, se voltaram para o combate as questões sociais da época, conscientizando sobre o não uso de drogas, mudanças climáticas, violência, consumismo, poluição, racismo e a crise da AIDS.
Como citei acima, o próprio Moschino morreu em 1994 de complicações da AIDS. Ele tinha apenas 44 anos.
Após a morte prematura de Franco Moschino, Rossella Jardini , sua ex-assistente, tornou-se diretora de criação, mas isso durou muito pouco e logo chegou Jeremy Scott. A marca tem sido parte do grupo de moda Aeffe desde 1999.
Jeremy Scott é um designer de moda americano, que chegou para substituir Franco Moschino na grife. Vamos conhecer um pouquinho de sua história:
Nascido em 1975 na cidade do Kansas, o estilista americano cresceu em uma fazenda no Missouri, mas era Paris a cidade que não saia da sua cabeça. Assim, ele começou a estudar francês aos 14 anos, com o objetivo de se mudar para a França e fazer parte do universo fashion.
Em 1997, seu último ano estudando na Pratt School of Design, em Nova York, Scott conseguiu um estágio no departamento de relações públicas da Moschino. Acabou assumindo o cargo de diretor criativo em 2013, trazendo a grife novamente para o topo da moda.
Atualmente, continua sendo o diretor criativo da grife Moschino e também, o único proprietário de sua marca homônima. Scott construiu uma reputação de “designer mais irreverente da cultura pop” e “o último rebelde da moda”. Ele consegue ser tão irreverente e ousado, quanto o fundador da grife Franco Moschino.
“O humor é a marca registrada do meu trabalho. O mundo é muito sério, prefiro trazer felicidade para as pessoas.” As palavras de Jeremy Scott resumem bem o estilo do designer que desde a adolescência, já estava determinado a conquistar o mundo da moda.
O renascimento da marca Moschino por Jeremy Scott exibe explosão de cores. Scott trouxe alienígenas, papelão e McDonald’s para a passarela de Moschino. Lançou coleções de cápsulas com a iconografia das Powerpuff Girls (As Meninas Superpoderosas), Spongebob (Bob Esponja) e Candy Crush ( Um joguinho de celular).
Reconhecido, celebrado e por vezes criticado, o estilista é expert em unir universos e reinterpretar ícones da cultura pop, criando peças bem-humoradas com um estilo contemporâneo que agrada celebridades como Katy Perry e Miley Cyrus – para quem também faz figurinos de shows.
Na passarela da Moschino, além dos personagens do mundo lúdico citado acima, Jeremy também trouxe a Barbie e os personagens de Looney Tunes.
Todo esse mundo irreverente, infantil e lúdico, foram referências usadas em calças, vestidos e camisetas para criar looks divertidos, marcantes e que promovem um street style irreverente – Chiara Ferragni e Helena Bordon são algumas das influencers que sempre lançam mão do estilo de Scott para se destacarem na multidão.
Falando de celebridades que usam Moschino… Madonna, Michelle Obama, Hillary Clinton, Nicole Kidman e Beyoncé, são apenas alguns nomes que “vestem a camisa” Moschino, e isso só demonstra o sucesso absoluto e a versatilidade da direção criativa de Scott.
Embora as origens satíricas e os dispositivos excêntricos estejam incorporados em cada coleção, Jeremy Scott consegue se diferenciar dos traços das primeiras coleções de Franco Moschinho, é como se Jeremy fosse mais lúdico, mais infantil…
Ele tem um “Q” irreverente que insiste em não querer crescer, menos agressivo que a linha que Franco seguia (deixando claro que é uma observação muito pessoal minha. Por ser uma grife que eu gosto muito, observo as características mais tênues desses dois estilistas que marcam a história da grife).
O resultado do trabalho do Scott, também é marcado pelo sucesso comercial. As vendas da Moschino cresceram 20% em todo mundo, impulsionadas pela febre das capinhas de celular que reproduziam remédios, espelhos ou batatas fritas.
Jeremy Scott também enfeitou os tênis Adidas com ursinhos, gritando aos quatro ventos sua logomarca. Destaque para as bolsas baseadas nas jaquetas de couro, são puro luxo com irreverência!
Conhecido também como o Rei das mídias sociais, Jeremy Scott, com 1,4 milhão de seguidores em seu instagram, é uma espécie de espelho da vida animada do estilista americano. Suas fotos são sempre bem-humoradas, coloridas e com pitadas irônicas.
Shows e premiações como as da MTV também são destaques no seu feed. “Quase não vou a eventos de moda. Prefiro ir ao MTV Awards, onde posso usar um smoking amarelo sem camisa”, afirma o designer, que é a própria personificação dos looks divertidos que apresenta nas passarelas.
Suas produções favoritas para eventos incluem ainda ternos coloridos e jaquetas ousadas. O sucesso em torno de suas criações é tão grande que deu origem a um documentário lançado em 2015, porém se você ler, verá que é bem atual – Jeremy Scott: The People’s Designer.
Autodenominado um comunicador mais do que um designer, um estilista, o americano acredita que uma imagem vale mais do que mil palavras, o que explica seu sucesso tanto no Instagram como nas estampas que adornam as coleções de Jeremy Scott. Como ele mesmo diz: “Uma imagem do Mickey Mouse é compreendida da mesma maneira em Mumbai ou Los Angeles.”
No auge dos seus 37 anos de criação, a grife Moschino continua elegantérrima e com um toque irônico que fascina! Quando Jeremy Scott assumiu a cadeira criativa, seu gosto excêntrico deixou as coleções da Moschino com um toque que caiu no gosto dos millenials, influenciadores digitais e da nova geração de famosos!
Acessórios como jóias , relógios , perfumes e cosméticos em geral, são alguns dos produtos, além das roupas femininas e masculinas que são vendidos sob a marca Moschino. Quase todos os modelos de relógios são feitos pelo Grupo Binda. Em Milão, Moschino abriu o seu próprio conceito do hotel em 2009, “Maison Moschino”.
Exemplo de sucesso foi uma coleção de óculos da Moschino, que junto dos óculos escuros, acompanhava o famoso ursinho Ted. Foi uma febre!! Olha que fofo na foto abaixo!!
Hoje, há lojas Moschino em cidades que vão de Roma a Londres, Los Angeles, Capri, Nova York, Dubai, Moscou, Berlim, Paris, Mumbai, Moscou, Beijing, Hong Kong, Osaka, Riad e Brasil.
Além disso encontram-se produtos Moschino tanto em finas lojas de departamentos da América quanto da Ásia, entre outros continentes. As lojas sede ficam em Milão/Itália.
Vida longa a Moschino, vida longa a toda genialidade de Jeremy Scott!!
Esperamos, de todo coração, que você tenha curtido saber detalhes dessa grife tão criativa, divertida e que nos traz tanta alegria na moda! Um viva a tanta criatividade!
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Um beijo de toda equipe Escola de Estilo
Escrito por Carla Lúcia Braga/Equipe Escola de Estilo