Hoje vamos falar de uma grife que se destacou, ne verdade se destaca até hoje no mundo da moda, vamos falar da Kenzo – A primeira grife japonesa que encantou o mundo da moda. Kenzo Takada foi o estilista que fez, antes de qualquer outro estilista japonês, Paris e o mundo se curvarem a seus pés. Leia e entenda quanta magia envolta nessa grife.
Kenzo é uma grife que une estilo, ousadia, muita identidade e o japonismo. A grife Se transformou no grande amor de uma nova nação de compradores, principalmente o público mais jovem. Para entender cada detalhe, vamos começar do comecinho😉
O estilista Kenzo Takada, nascido em 27 de fevereiro de 1939, em Himeji – Japão, criou o famoso e peculiar “Made in Japan”. Desde pequeno Kenzo Takada era apaixonado por arte e moda, costumava ver revistas relacionadas a moda na companhia das suas irmãs mais velhas e logo se descobriu desenhando roupas para bonecas.
Cresceu e se formou como design em artes. Iniciou sua carreira como estilista criando moldes para uma revista de Tóquio, logo após terminar seus estudos na célebre Brunka Fashion College.
No ano de 1964 mudou-se para Paris pensando em passar um período de seis meses desfrutando dos espetáculos, entendendo o estilo de vida dos franceses e a alta costura, que nessa época já era bem presente na cidade luz.
Um tempo depois de ter chegado a Paris com o intuito de “mergulhar” na cultura Parisiense, Kenzo começou a buscar emprego na cidade e teve a chance de apresentar seus desenhos para a mulher do costureiro Louis Féraud, que era proprietário de uma Maison na cidade de Cannes e tinha sido consagrado com diversas estrelas do festival. O casal resolveu comprar os croquis do jovem estilista e indicaram o caminho das pedras para Kenzo.
O jovem era tão talentoso, que em cinco dias conseguiu um emprego e durante dez anos desenhou diversas coleções como freelancer. Nessa época, sua vida financeira era apertada, baixa renda mesmo, ele só tinha dinheiro para comprar tecidos em lugares baratos, como em brechós e a maioria eram retalhos.
Sempre muito talentoso, habilidoso, o estilista improvisava combinando os tecidos que na maioria das vezes tinham estampas muito diferentes para uma peça.
Não se engane em achar que era apenas criatividade e o tão famoso mix de estampas, era por necessidade de improvisar mesmo e fazer os retalhos renderem algo bacana. Assim Kenzo deu origem as estampas coloridas que se tornaram uma das características mais fortes da marca.
Em 1970, Kenzo Takada decidiu realizar seu primeiro desfile, transformando a Galeria Vivienne em passarela para as suas criações. Foi nesse mesmo local que pouco tempo depois, inaugurou a sua primeira e própria nomeada de Jungle Jap.
O resultado não poderia ter sido diferente, o estilista nasceu pra brilhar e o sucesso foi imediato. Logo em seguida a esse estouro de sucesso, Kenzo teve seus vestidos da primeira coleção, bem na capa de revistas como a Elle francesa, da Vogue americana e de outras revistas de moda, dando ainda mais visibilidade para o trabalho do ainda jovem estilista japonês que tinha “pousado” no centro da moda, em Paris.
De uma maneira bem rápida ele se tornou muito conhecido no ramo da moda e logo resolveu mudar o nome da sua loja para seu nome Kenzo.
Passou a conquistar o coração dos franceses com uma nova proposta de moda, levando o conceito da recriação da imagem humana até o momento não experimentada, usando e abusando de maiores proporções e volumes, o que hoje chamamos de modelagem oversized.
Antes mesmo de Rey Kawakubo, Yohji Yamamoto e Issey Miyake lançarem tão brilhantemente o japonismo no mundo da moda, Kenzo Tanaka já havia feito Paris e o mundo se curvarem a seus pés e com maestria, com muita ousadia.
Uma moda europeia, mais especificamente Parisiense, acostumada com tecidos nobres, se surpreendeu com as primeiras criações de algodão do estilista que se tornaram um enorme sucesso. No ano de 1971, levou seus desfiles para Tóquio e Nova York, iniciando seu reconhecimento mundial.
Claro que suas primeiras peças tinham características claras de seu país, como o clássico kimono, mas a criatividade de Kenzo vai muito além disso e foi a diversificação de suas peças que destacou seu trabalho, sua arte para o mundo.
Em 1972, a marca era famosa por sua ousadia nas coleções, surpreendendo com tons austeros e cores de kabuki (cores berrantes).
Kenzo era um gênio em combinar estampas e em criar peças largas como calças, túnicas, batas, blusas e peças estampadas no estilo japonês. Também deu bastante ênfase ao veludo e a malharia. Essa relação do estilista com a malha, o transformou em estilista de prêt-à-porter introduzindo muita novidade aos modelos tradicionais até então tão conhecidos e aclamados pela moda.
Kenzo combinava estilos ocidentais e orientais com tanta maestria. Foi capaz de transformar ideias tradicionais da moda japonesa em modelos modernos e contemporâneos.
No ano de 1979 o estilista encerrou o desfile que foi apresentado em uma tenda de circo em Zurique (Suíça) montado em um elefante. Outro exemplo claro da ousadia de Kenzo, foi quando ele organizou um desfile onde suas modelos desfilaram pela passarela montadas a cavalos, usando peças translúcidas. Se hoje já seria ousado, imagine isso na década de 80…
A década de 80 foi uma década de muito sucesso para a marca, onde Kenzo apresentou sua primeira linha masculina e abriu unidades em outros locais como Tóquio, Copenhagen, Milão e Londres.
No final da década de 80, o estilista lançou seu primeiro perfume, nomeado de Kenzo by Kenzo, o primeiro dos muitos que ainda viriam, visto que a marca se tornou referência em perfumes ao longo desses anos.
Na década de 90 seus produtos foram ampliados, contando com óculos, artigos para decoração, roupas infantis, jeans e perfumes, muitos perfumes.
Kenso vendeu sua marca pelo valor de US$ 80 milhões pelo famoso grupo francês LVMH, que já era empresário e proprietário de marcas nesse segmento de luxo, como por exemplo Givenchy, Louis Vuitton, TAG Heuer e Moët et Chandon.
Em 1999, perto de completar 60 anos o estilista disse adeus às passarelas, abrindo espaço para “discípulos” de sua confiança na direção criativa da Kenzo.
Em 2003, o italiano Antonio Marras assumiu a direção criativa da coleção feminina da marca e com o tempo trouxe mais brilho, mais sofisticação para a Kenzo, lançando coleções contemporâneas sem deixar de lado a identidade de Kenzo Takada, como uma reverência mesmo.
Já em 2011, a marca contratou Eric Marachelle, da grife Catimini como novo CEO e a ex-diretora da Sephora, Patricia Tranvouez, que também pertence ao grupo LVMH, para comandarem a parte de perfumes da marca, visto que esse é o produto de grande representatividade no lucro da empresa.
Um tempo depois, a dupla Carol Lim e Humberto Leon, ingressou na direção criativa da empresa, substituindo Antonio Marras. A marca cresceu absurdamente a partir daí, se fortalecendo e expandindo internacionalmente, principalmente entre o público jovem.
A Kenzo é uma grife com referências atemporais, coloridas e poéticas. Além de ser totalmente desprovida de “prisões e regras” de uma moda engessada e tradicional. Uma grife bem ousada, sempre a frente de seu tempo e que tem como definição a inovação.
Com referências japonesas, a forte paleta de cores monta um design e estilo inconfundível. Sem dúvida alguma uma grife singular, assim como a Balenciaga e a Moschino.
Nos dias atuais, a marca conta com aproximadamente 122 lojas próprias, sem falar a comercialização de seus produtos em luxuosas lojas de departamento espalhadas em cerca de 90 países.
Infelizmente, em 4 de outubro do ano passado, faleceu Kenzo Tanaka aos 81 anos, sendo mais uma vítima do covid-19.
Cor, humor, amor pela vida, criatividade, ousadia sem nunca perder suas raízes, suas referências japonesas, foram algumas das muitas lições deixadas pelo criador Kenzo Tanaka. “É com grande tristeza que soube do falecimento do Sr. Kenzo Takada. Sua incrível energia, bondade, talento e sorriso eram contagiantes. Sua alma gêmea viverá para sempre. Descanse em paz Mestre”, disse Felipe Oliveira Baptista, o estilista português à frente da maison atualmente.
“Seu grande talento, apoiado em um grande frescor e gentileza infinita, assegura-lhe a admiração de todos. Aos testemunhos de simpatia, responde com a simplicidade e elegância asiáticas”, escreveu Didier Grumbach, que presidiu de 1998 a 2014 a federação Francesa de Alta-Costura e de Prêt-à-Porter francesa, no livro “Histórias da Moda”.
E assim terminamos o artigo de hoje, recheado de informações e lições de uma vida cheia de luxo, glamour, mas que começou com muita determinação e persistência. Algum dia você imaginou que Kenzo Tanaka começou suas criações com retalhos de tecidos?
Bom ver pessoas realizando seus sonhos, não é mesmo? E você, o que tem feito para buscar sua felicidade e sua realização profissional na moda? Não perca mais tempo, a vida passa tão rápido. Saia de sua zona de conforto, busque realizar seus sonhos, não pare até conseguir. A estrada do sucesso não foi feita para pessoas que desistem durante a caminhada, foi feita para os persistentes.
Faça uma aula GRATUITA com a nossa Teacher Dany Padilla e descubra as possibilidades que você tem de chegar ao sucesso e realizar o seu sonho de trabalhar com moda. Clique no botão amarelo no topo da página.
Um beijo no coração de toda Equipe Escola de Estilo
Escrito por Carla Lúcia Braga/ Equipe Escola de Estilo